O número de transplantes realizados no Brasil é crescente, assim como a quantidade de pacientes em terapia de diálise. Somos o terceiro país no mundo em número de transplantes anualmente, sendo cerca de 6.000 pacientes por ano que recebem um rim. No Brasil, há algo em torno de 150 mil pacientes em diálise e somente 10-20% deles estão na fila por transplante renal.
Por lei, todo paciente em diálise tem que ser informado sobre a possibilidade de realização de transplante, apesar de nem todos se encaixarem nos critérios para entrar na lista para receber um rim doado. O transplante renal melhora a qualidade de vida e prolonga a sobrevida do paciente que tem doença renal crônica.
O Paraná conta hoje com 14 centros transplantadores de rim e aproximadamente 1300 pacientes ativos em lista de espera para receber um rim doado.
Apesar da redução dos números de transplante e da oferta de órgãos para doação durante a pandemia, os números demonstram uma retomada importante.
A cirurgia de transplante renal é complexa e delicada, exige uma equipe experiente e muito atenta. O paciente precisa estar muito bem preparado física e psicologicamente, sendo que o sucesso depende de muitos fatores. O ato cirúrgico em si dura aproximadamente 3 horas e, na maioria das vezes, possibilita que o paciente apresente os primeiros sinais de funcionamento do rim logo nos primeiros dias, deixando a diálise já na primeira semana quando tudo vai bem. O rim transplantado é colocado na região ilíaca do paciente, bem ao lado da bexiga.
Acompanhar o período pós transplante faz parte da função do Urologista da equipe, buscando sempre os primeiros sinais de inadequado funcionamento do rim ou da bexiga do receptor. O índice de complicações pós-operatórias nos pacientes transplantados é maior do que nos outros pacientes urológicos. Dentre as principais encontram-se as tromboses arteriais ou venosas, fístulas ou estreitamentos ureterais e as infecções do trato urinário.
Doador falecido: São pacientes que foram diagnosticados em morte encefálica (ME), o que ocorre normalmente em decorrência de traumas/doenças neurológicas graves. Há casos em que o falecimento decorre de parada cardiorrespiratória (PCR). Assim, após a confirmação da morte e havendo autorização familiar é realizada a doação.
Doador vivo: Qualquer pessoa saudável pode ser doadora em vida de um dos seus rins ou parte do fígado para um familiar próximo (até 4ª grau consanguíneo), porém quando a doação de um rim ou parte do fígado for para uma pessoa não aparentada é necessário autorização judicial.
Os órgãos doados são destinados a pacientes que necessitam de transplante e estão aguardando em uma lista única de espera. Esta lista é fiscalizada pelo Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde e Centrais Estaduais de Transplantes. A seleção de um paciente que aguarda por um transplante, ocorre com base na gravidade de sua doença, tempo de espera em lista, tipo sanguíneo, compatibilidade anatômica com o órgão doado e outras informações médicas importantes. Todo o processo de seleção dos potenciais receptores é seguro, justo e transparente.
A Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (Central de Transplantes) é notificada e repassa a informação para uma Organização de Procura de Órgão (OPO) da região. A OPO se dirige ao hospital e examina o doador, revendo a história clínica, os antecedentes médicos e os exames laboratoriais. A viabilidade dos órgãos é avaliada, bem como a sorologia para afastar doenças infecciosas e a compatibilidade com prováveis receptores.
A OPO informa a Central de Transplantes, que emite uma lista de receptores inscritos, compatíveis com o doador. No caso de transplante de rins, deve-se fazer ainda uma nova seleção por compatibilidade imunológica ou histológica. A central, então, informa a equipe de transplante e o paciente receptor nomeado. Cabe à equipe médica decidir sobre a utilização ou não do órgão.
O dr Mathias Burin Grohe faz parte da equipe de transplante renal do Hospital do Rocio em Campo Largo, o hospital com o maior volume de transplante renal no ano de 2022 no Paraná.
MAIS INFORMAÇÕES PODEM SER ENCONTRADAS NO SITES DA ABTO E DO SISTEMA ESTADUAL DE TRANSPLANTES DO PARANÁ.
REFERÊNCIAS
Adaptado dos sites da ABTO E SISTEMA ESTADUAL DE TRANSPLANTES DO PARANÁ- SET-PR.
ACESSO EM http://www.paranatransplantes.pr.gov.br
ACESSO EM https://site.abto.org.br
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