Com a utilização cada vez mais frequente de métodos de diagnóstico por imagem, como ultrassonografia, tomografia ou ressonância magnética para queixas renais específicas ou não, recebo no consultório inúmeros pacientes toda semana com nódulos renais.
Os tumores renais benignos fazem parte de um grande e heterogêneo grupo de lesões que podem ser encontradas nos rins, na maior parte das vezes ao acaso e sem manifestação de sintomas. Os mais comuns são os cistos renais, os adenomas renais, o angiomiolipoma, o oncocitoma, o tumor epitelial-estromal misto, dentre outros.
Atualmente, a qualidade dos exames de imagem permitem inferir, ainda que sem uma biópsia, a tendência de um nódulo renal se comportar de modo benigno ou maligno. Esta diferenciação é fundamental para que as decisões de tratamento sejam tomadas. Algumas delas, por mais avançadas que sejam as imagens de ressonância magnética ou tomografia, podem ser tratadas, ainda que benignas.
São os tumores sólidos renais benignos mais comuns. Representam muitas vezes um grande desafio diagnóstico para os radiologistas e para os urologistas. Em especial com o oncocitoma, ocorre confusão com o câncer de células renais malignas até o momento da remoção cirúrgica.
O oncocitoma representa até 7% dos tumores renais. Tem maior incidência após os 70 anos, aparecem com maior frequência em homens que mulheres (2:1) e têm tamanho parecido com o câncer de rim no diagnóstico. Como a diferenciação com o tumor maligno é difícil, opta-se por remover o tumor e tentar preservar parte do rim. Para tanto, a laparoscópica e a robótica se sobressaem.
O angiomiolipoma é um tumor benigno composto por células de tecido adiposo (gordura), músculo liso e vasos sanguíneos. É encontrado mais comumente em mulheres, têm um crescimento lento e, na maioria das vezes são assintomáticos. Pode estar presente em paciente com uma síndrome chamada esclerose tuberosa ou, com maior freqüência, acontecer de forma aleatória. Geralmente é um tumor benigno diagnosticado com segurança pelo exame de imagem, diferente do oncocitoma. O maior risco de angiomiolipoma, no entanto, é relacionado ao sangramento, que pode acontecer em tumores maiores que 4 cm. Logo, o acompanhamento é necessário e o tratamento, através de embolização ou remoção cirúrgica pode ser necessário.
Diversos outros tumores benignos são descritos na literatura, ainda que na prática do dia-a-dia sejam mais raros. A orientação principal é que as massas renais, císticas ou sólidas, devem ser avaliadas com cuidado. Se você possui um exame de imagem com alguma alteração, busque informação e acompanhamento.
REFERÊNCIAS
1 – Renal Mass and Localized Renal Cancer. Guideline da Sociedade Americana de Urologia. Acesso em https://www.auanet.org/guidelines-and-quality/guidelines/renal-mass-and-localized-renal-cancer-evaluation-management-and-follow-up
2 – Renal Cell Carcinoma. Guideline da Sociedade Européia de Urologia. Acesso em https://uroweb.org/guidelines/renal-cell-carcinoma
3 – Alan W. Partin; Alan J. Wein; Louis R. Kavoussi; Craig A. Peters. Campbell-Walsh Urology 11th Edition. Elsevier, 2016
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CÂNCER DE TESTÍCULOPróximo tratamento
NEFRECTOMIA PARCIAL VERSUS NEFRECTOMIA RADICAL