A litotripsia extracorpórea por ondas de choque mecânico é um procedimento auxiliar no tratamento dos cálculos do trato urinário. Os aparelhos de litotripsia começaram a ser aplicados na década de 1980, passando por algumas modificações durante os anos.
A LECO pode ser utilizada em paciente com cálculos renais de até 2 cm, preferencialmente de baixa densidade. Além disso, alguns paciente com litíase ureteral também podem se beneficiar.
Com o auxílio de um ultrassom ou ainda de radioscopia (raio-x), o cálculo é localizado. Ocorre o acoplamento do aparelho ao paciente através de uma bolha, que será utilizada para transmitir as ondas de choque mecânicas geradas. As ondas de choque são capazes de fragmentar pedras, quando focalizadas. A fragmentação é obtida por erosão e estilhaçamento, devido à absorção da energia das forças de tensão e pressão geradas. Em geral, quando bem focadas, as ondas poupam os tecidos circunjacentes, reduzindo o dano colateral.
Uma sessão de litotripsia tende a durar aproximadamente 30 minutos, utilizando neste período uma média de 1500-3000 ondas de choque. O sucesso do tratamento depende do tipo de aparelho utilizado e da composição e localização da pedra.
A litotripsia por ondas de choque é o procedimento com menores taxas de complicação e menor morbidade para o tratamento da litíase urinária, mas a taxa de sucesso é inferior às demais terapias. Além disso, não ocorre a remoção dos fragmentos, apenas a fragmentação. Logo, a eliminação dos fragmentos vai depender de cada paciente, com maiores níveis de dificuldade para alguns. As ondas de choque induzem traumas, incluindo edema e hemorragia intrarrenais e perirrenais, sendo assim devem ser evitados os tratamentos excessivos.
O procedimento possui algumas contra-indicações: – Infecção urinária não tratada; Gravidez; Aneurisma arterial; Obstrução anatômica distal ao cálculo; Distúrbios de coagulação não compensados; Obesidade mórbida e malformações esqueléticas severas; uso de marcapasso.
Após o procedimento o paciente é incentivado a manter um estado ativo, para facilitar a eliminação dos fragmentos. O sangramento urinário é o sintoma mais comum e pode desaparecer na primeira semana. Também é incentivada a ingestão de líquido. O paciente pode retornar ao trabalho ou às suas atividades assim que sentir confiança. Geralmente um acompanhamento pós procedimento é realizado através da realização de um raio-x ou ecografia.
Geralmente, cerca de 60-75% dos pacientes com cálculos no rim com até 1,5 cm ficam livres das pedras, quando tratados com LECO, em um intervalo de 3 meses. Com o aumento da pedra e da densidade, as taxas caem. Além disso, a localização da pedra dentro do rim vai interferir na sua taxa de sucesso durante o tratamento.
REFERÊNCIAS
1 – Emil A. Tanagho, Jack W. McAninch. Urologia Geral de Smith. Manole, 2007
2 – Flávio E. T. Rocha, Armando S. Abrantes, André L F Tomé. Manuel de Urologia de Consultório. SBU-SP. Planmark, 2018.
Tratamento anterior
URETEROLITOTRIPSIA FLEXÍVEL