O que importa no tumor de testículo?
O que realmente importa é o diagnóstico precoce. Não se esqueça disso.
Tem notado alguma alteração nos seus testículos? Tamanho, consistência, dor…
É muito importante você mesmo tocar seus testículos de vez em quando.
Para fazê-lo bem, deve encontrar um momento tranquilo e explorar sem pressa. Repasse com cuidado a superfície testicular, assegurando que ela é regular, lisa, sem nódulos. É importante que não tenha dor durante a exploração (um rápido desconforto pode ser normal)
Saiba que junto aos testículos estão os epidídimos e que estas estruturas são normais nos homens. Pode haver algum grau de sensibilidade ao tocá-los, porém não haver dor.
Qualquer área duvidosa, dolorosa, endurecida ou com alterações em relação aos momentos prévios, garanta uma consulta imediatamente.
O câncer de testículo apresenta-se como uma massa testicular frequentemente indolor. Seu crescimento pode ser rápido, causando desconforto e sensação de peso no local. A metástase a distância pode estar presente entre 10-30 % dos homens com tumor de testículo. Esse percentual varia de acordo com o tipo de tumor, o tamanho, a idade do paciente, dentre outros. O sítio mais frequente de doença fora do testículo é o abdome, em locais denominados linfonodos retroperitoneais. Nestes casos, quando a doença está avançada, o paciente pode ter massas palpáveis no abdome, dor abdominal, dor lombar, aumento de volume dos membros inferiores ou sintomas gastrointestinais.
Aproximadamente 2% dos homens apresentam aumento de volume das mamas e alguns deles podem ter infertilidade. Durante o exame físico, o médico procura diferenciar os achados de suspeita de tumor testicular com outras patologias que podem confundir. A orquiepididimite, a torção testicular, o hematoma testicular, assim como a hidrocele, a hérnia inquino-escrotal, dentre outras, são diagnósticos diferenciais.
A ultrassonografia (ecografia) é o exame inicial para diagnóstico. O câncer de testículo é um das poucas neoplasias malignas associadas a marcadores tumorais sanguíneos que são essenciais ao diagnóstico e à evolução do tratamento. A desidrogenase lática (LDH), a alfafetoproteína (AFP) e a gonadotrofina coriônica (hCG) são sempre solicitados. Estes marcadores, assim como a imagem da ecografia, já podem ser preditivos do tipo de neoplasia testicular.
Além dos exames acima, podem ser realizados exames para o estadiamento da doença, como tomografia computadorizada, ressonância magnética, PET SCAN.
A remoção do tumor testicular e do testículo afetado é mandatório e deve ser realizada tão rápido quanto for possível. É muito comum o paciente ser submetido à cirurgia de remoção do câncer testicular na mesma semana do diagnóstico. Isto é fundamental no tratamento, visto que o câncer de testículo cresce muito rapidamente. Após o tratamento da doença testicular, a análise do tipo de tumor é realizada pelo médico patologista e o tratamento da doença pode seguir.
Como dito anteriormente, diversos são os subtipos de câncer testicular, assim como o estágio da doença durante o diagnóstico. Alguns paciente podem ser curados apenas com a remoção do testículo, enquanto outros enfrentarão um processo mais longo com a mesma finalidade.
Pode ser necessária a realização de quimioterapia e de radioterapia, além de cirurgias quando ocorre doença em localização fora do testículo.
É importante entender que o tumor testicular tem um potencial de crescimento muito rápido, porém responde muito rapidamente também às medidas de tratamento, quando realizadas de forma rápida e adequada.
As chances de cura para alguns pacientes supera os 90% em 5 anos de acompanhamento.
Devido ao fato desta neoplasia estar presente, em sua grande maioria, na população jovem, as preocupações dizem respeito especialmente às questões de infertilidade envolvidas com o tumor testicular, o afastamento de suas atividades de trabalho e lazer, o stress e a ansiedade envolvidos, dentre outros. Todo suporte vai ser oferecido no tratamento deste paciente, envolvendo, além do urologista, o oncologista, o radioterapeuta, o radiologista, o psicólogo, o nutricionista, dentre outros.
Entre 20-25% dos pacientes vão enfrentar infertilidade e, a grande maioria acaba tendo algum prejuízo na qualidade do sêmen durante e após o tratamento. Há grande incentivo para preservação de esperma congelado em clínica especializadas antes do início do tratamento.
REFERÊNCIAS
1 – Testicular Cancer. Guideline da Sociedade Européia de Urologia. Acesso em https://uroweb.org/guidelines/testicular-cancer
2 – Testicular Cancer. Guideline da Sociedade Americana de Urologia. Acesso em https://www.auanet.org/guidelines-and-quality/guidelines/testicular-cancer-guideline
3 – Alan W. Partin; Alan J. Wein; Louis R. Kavoussi; Craig A. Peters. Campbell-Walsh Urology 11th Edition. Elsevier, 2016
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