Os problemas de ejaculação causam grande aflição aos homens e aos casais. O grupo de transtornos ejaculatórios engloba a ejaculação precoce, a ejaculação retardada ou a incapacidade de ejacular, anorgasmia, a ejaculação retrógrada, a ejaculação dolorosa e a hemospermia (ejaculação com sangue)
A ejaculação precoce (EP) consiste na ejaculação mais rápida e geralmente preenche os seguintes critérios: latência pequena da ejaculação, geralmente com penetração ou masturbação durando menos do que 2 minutos; falta de controle sobre a vontade de ejacular; estresse/incômodo gerado no paciente e/ou parceiro (a).
Pode se manifestar durante toda a vida, desde o início da vida sexual (primária), ou ser um transtorno adquirido depois de certa idade (secundária). A Sociedade Americana de Urologia (2020) define a ejaculação primária como a falta de controle da ejaculação com os sintomas aparecendo desde o início da vida sexual do paciente. A ejaculação secundária, por definição, também consiste em dificuldade no controle da ejaculação, associado a incômodo psicológico, e uma redução significativa do tempo de penetração em relação às experiências prévias durante a vida sexual do paciente.
A EP pode ser global (quando acontece em todas as relações) ou situacional (eventual, não acontece em todas as relações), quando acontece a depender do momento ou do parceiro(a). Além disso, a ejaculação precoce muitas vezes acontece em conjunto com outros problemas sexuais, em especial a disfunção erétil.
A avaliação do paciente é feita pelo urologista no consultório, levando em consideração especialmente as queixas e o histórico de saúde. Quando há concordância entre o paciente e o médico a respeito do problema enfrentado, será oferecido algumas dentre as seguintes opções de tratamento: Uso de medicação; uso de anestésicos tópicos e psicoterapia quando questões psicogênicas e/ou de fatores de relacionamento estão presentes.
Sim. Apesar de a maior parte dos pacientes adaptar-se muito bem ao uso dos medicamentos citados acima, alguns preferem outras opções. Um das opções utilizadas são os cremes ou sprays que contém lidocaína-prilocaína, anestéscicos locais. Estudos em vários centros do mundo mostram que eles oferecem maior tempo até a ejaculação e satisfação sexual quando aplicados alguns minutos antes da relação sexual.
Além dos medicamentos, as terapias comportamentos e psicoterapias são efetivas em alguns homens. Os objetivos das terapias são: aumentar a confiança, melhorar a comunicação no relacionamento e, por último, aumentar o tempo de latência ejaculatória.
Geralmente os primeiros efeitos são percebidos ao final da primeira semana de uso. Ainda assim, eles tendem a se estabilizar após 3-4 semanas. Este é o período médio para reavaliação do paciente que iniciou o tratamento.
A ejaculação precoce é uma doença crônica, na maioria dos homens. Apesar disso, conseguimos atingir ótimos resultados na maioria dos pacientes. As medicações costumam ser utilizadas por um período médio de 4-6 meses. Após este tempo, podemos experimentar a pausa no uso, quando o paciente mostra sinais de melhora. Ainda assim, a maioria dos pacientes acaba preferindo tomar os medicamentos ou fazer a terapia por mais tempo, devido à confiança que o tratamento proporciona.
Nem todo paciente com transtorno de ejaculação possui alguma deficiência hormonal ou algum problema orgânico. Na maior parte das vezes a causa é exclusivamente psicológica. Ainda assim, o envelhecimento e as baixas taxas de testosterona podem contribuir com as disfunções ejaculatórias. No entanto, a reposição de testosterona parece não melhorar o desempenho relacionado a ejaculação nos homens. Isto foi demonstrado em um estudo, dentre outros, com 76 homens com um ou mais transtornos de ejaculação (EP, anejaculação, baixo volume ejaculado, e/ou redução da força da ejaculação) para os quais foi oferecido suplementação hormonal com testosterona. Ainda que tenha havido melhora nos níveis sanguíneos, na disposição física e na libido, os parâmetros de função ejaculatória não se alteraram.
Uma boa avaliação médica e psicológica!
Cuidado com as propagandas enganosas e as receitas milagrosas nos anúncios pagos de TV ou redes sociais. O paciente que têm problemas sexuais é muito exposto a este tipo de propaganda, especialmente quando faz pesquisas para tentar entender seu problema. O tratamento deve ser simples e eficaz. Nas mãos de um bom profissional, isto é possível.
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