A prevalência da doença litiásica do trato urinário fica em torno de 7% do total das mulheres e 10% dos homens em uma estimativa norte-americana. [ 1 ] Os números relacionados às hospitalizações por esta doença vêm crescendo no últimos anos no Brasil, associado ao maior acesso aos serviços de saúde e à realização de exames para detecção dos cálculos do trato urinário com mais frequência. Cada vez mais pacientes descobrem sofrer de cálculos urinários, muitos destes sendo assintomáticos. [ 2 ]
A escolha da modalidade de tratamento do cálculo urinário busca ser pouco dolorosa, minimamente invasiva, segura e com a maior taxa livre de cálculo possível.
Tecnicamente falando, o tratamento da urolitíase evolui de forma constante e acelerada. Em se tratando de cálculos renais grandes, até 1976, quando Fernstrom e Joahnsson [ 3 ] descreveram pela primeira vez a realização de 3 casos de nefrolitotomia percutânea, os tratamentos consistiam em procedimentos convencionais realizados de forma aberta e com alto índice de morbidade e complicações.
No últimos anos ocorreram evoluções muito importantes que fizeram com que os aparelhos urológicos se tornassem menores e mais finos, permitindo o acesso menos traumático e com ótima visualização e fragmentação das pedras nas mais diversas posições dentro do trato urinário. [ 4, 5 ]
Além disso, os aparelhos a Laser que são utilizados para a fragmentação dos cálculos acompanharam esta evolução e oferecem hoje a possibilidade de uso de fibras de disparo finas com maior potência empregada, o que aumenta a fragmentação das pedras. [ 4, 5 ]
Normalmente os cálculos maiores são mais desafiadores para o tratamento.
A cirurgia renal percutânea tradicional (Perc) consiste na introdução de aparelho ótico através de uma pequena incisão na região lombar do paciente, o que permite o acesso ao interior do rim e a fragmentação de pedras dentro do rim e do ureter proximal. O calibre do aparelho se assemelha a grossura do dedo médio de um adulto.
É um método bem estabelecido e é a principal escolha para os paciente com cálculos renal maiores que 2,0 cm, segundo os Guidelines das sociedades Européia de Urologia (EAU) [ 6 ] e Americana de Urologia (AUA). [ 7 ] Além disso é uma ótima opção para os cálculos de polo inferior do rim que medem entre 10 e 20 mm, visto que a posição destes costuma ser desafiadora para outra modalidades de tratamento.
Para melhorar o desfecho da cirurgia renal percutânea (Perc), uma opção muito menor chamada de mini-perc foi desenvolvida para o tratamento de crianças e introduzida por Jackman et al [ 8 ] e, em 2001, um aparelho de mini-perc especialmente desenvolvido para adultos foi apresentado por Lahme et al. na Alemanha. [ 9 ]
A mini-perc hoje é uma ferramenta auxiliar importante para o tratamento dos cálculos renais e de ureter superior nos principais serviços de Urologia ao redor do mundo.
Utilizando um acesso percutâneo de menor calibre (do calibre de um caneta BIC) a mini-perc tem as seguintes vantagens quando comparada aos outros métodos: [ 10,11,12 ]
– reduz o trauma ao parênquima renal
– excelente índice de stone free (taxa livre de cálculo)
– reduz tempo de permanência no hospital
– acelera o retorno às atividades do dia a dia do paciente
– reduz o risco de sangramento e eventos adversos
– reduz a dor no pós operatório
Poder oferecer a Mini-Perc aos meus pacientes em conjunto com as melhores tecnologias possibilita o tratamento de todos os tipos de cálculos urinários, dos mais simples aos mais complexos.
Quando há grande volume multiplicidade de cálculos, podemos oferecer ao paciente a opção de Mini-ECIRS, uma cirurgia que combina a utilização da Mini-Perc com a ureterolitotripsia flexível. Neste procedimento, dois urologistas trabalham de forma simultânea para acelerar o procedimento cirúrgico com uma taxa livre de cálculo excelente.
Confira a lista de opções que disponibilizo para o tratamento de litíase urinária
– litotripsia extracorpórea por ondas de choque
– cistolitotripsia a laser
– cistolitotripsia laparoscópica ou robótica
– ureterolitotripsia rígida a laser
– ureterolitotripsia flexível a laser
– nefrolitotripsia percutânea
– mini-percutânea
– ECIRS (cirurgia que combina ureterolitotripsia flexível e percutânea)
– Mini-ECIRS (cirurgia que combina ureterolitotripsia flexível e Mini-Perc)
Referências
invasive PCNL in patients with renal pelvic and calyceal stones. Eur Urol 40(6):619–624
Tratamento anterior
TRATAMENTO CIRÚRGICO DO CÂNCER DE PRÓSTATAPróximo tratamento
URETEROLITOTRIPSIA FLEXÍVEL